Pesquisar este blog

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Curitiba a Morretes - Trem da Serra do Mar

     Fui a Curitiba para a formatura da minha amiga Juliana Peraro no dia 30 de janeiro e decidi aproveitar a viagem para conhecer o famoso trem da Serra Express. O trem faz o trajeto de Curitiba a Morretes e vice-versa diariamente. São 110 quilômetros viajando pela maior área preservada de Mata Atlântica do Brasil e por uma ferrovia com 128 anos de história. São aproximadamente 3 horas de viagem. Existem 6 categorias de vagões, porém é necessário informar-se com a Serra Verde Express (empresa responsável. Site: http://serraverdeexpress.com.br) pois nem todas as categorias tem saídas diárias. Eu decidi fazer o caminho inverso, fui a Morretes de ônibus de linha e voltei com o trem. Tanto o ônibus quanto o trem saem da rodoviária de Curitiba. O ônibus da empresa Viação Graciosa (http://www.viacaograciosa.com.br) tem duas saídas diárias pela estrada da Graciosa.


      "A Estrada da Graciosa, como é conhecida a Rodovia PR-410, é uma estrada pertencente ao governo do Paraná que utiliza a antiga rota dos tropeiros em direção ao litoral do Estado, interligando o município de Quatro Barras (Região Metropolitana de Curitiba) às cidades de Antonina e Morretes. 

      A estrada atravessa o trecho mais preservado de Mata Atlântica do Brasil, marcado pela mata tropical e pelos belos riachos que nascem na Serra do Mar. Por isso, em 1993, parte do trecho da Serra foi declarada pela UNESCO como Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. Na região, existem dois importantes parques estaduais: o Parque Estadual da Graciosa e o Parque Estadual Roberto Ribas Lange." (fonte: Wikipedia)

     
     O dia amanheceu chuvoso, com uma garoa fina. Mesmo assim decidi encarar o passeio. Às 8h30 cheguei na rodoviária e comprei a passagem para Morretes (R$ 19,95) no ônibus das 9h. Assim que partimos, eu pedi ao motorista se poderia viajar na cabine, já que a poltrona ali estava vazia... (vantagem de se viajar sozinha!) e, assim, pude bater muitas fotos e ouvir as histórias do motorista sobre essa estrada tão bonita, mas perigosa. Logo mais, ao enxergar as primeiras curvas, eu entendi porque estávamos num micro-ônibus e não em um ônibus comum. A estrada é bastante sinuosa e tem trecho de paralelepípedos que ainda são da época em que fora construída. Esta linha, chamada linha turismo, faz uma parada para fotos no Mirante da Serra.  
         
Parada no Mirante
     Desembarquei em Morretes às 11h e fui conhecer esta pequena cidade sem imaginar o quanto ela poderia ser surpreendente. Primeiro fui até a estação ferroviária para comprar a passagem de trem. Comprei a classe turística que oferece guia, um lanche e uma bebida não alcoólica e custa R$ 71,00. 

   Em seguida caminhei pela pequenina cidade, conversei com as pessoas, comprei artesanatos, as famosas balinhas de banana e rapadurinhas de doce de leite que são a especialidade local. 
    
      Na Rua das Flores é onde se concentra a maior parte de restaurantes e barraquinhas de artesanato, doces e cachaça. 

Seguindo por ela, cheguei ao Marco Zero da cidade. Também chama a atenção um lindo casarão que é a construção mais antiga da cidade e hoje abriga um hotel e restaurante, um dos mais tradicionais de Morretes.
                                                                                                                                                           
         












     A cidade é muito bonita e bastante quente. Segui caminhando e apreciando as construções e curtindo o ar pitoresco de Morretes. Passei pela Secretaria de Turismo e resolvi entrar. Conheci o Daniel Conrade, servidor do Estado que me recebeu muito bem, contou-me um pouco mais da história da cidade, deu-me dicas sobre o barreado (prato típico de Morretes), apresentou-me a Exposição do Ciclo da Cachaça e eu pude degustar as melhores cachaças produzidas na região (quase nem gostei, né!! rsrs). Daniel me mostrou seu trabalho incrível em arte naturalista (http://www.danielconrade.com) onde retrata suas viagens e contato com a natureza. Realmente um trabalho muito interessante de uma sensibilidade ímpar. 
   
            








      
     Depois de absorver tanta cultura, a fome começou a bater! Era hora de decidir em qual dos inúmeros restaurantes eu iria, finalmente, provar o barreado. Optei pelo Restaurante Casarão. Escolhi este restaurante pela vista maravilhosa para o rio que corta a cidade, também por causa do preço (ele não é nem o mais barato, mas está longe de ser o mais caro), mas, principalmente, pela simpatia com que fui recebida quando entrei para pedir informações. O atendimento deles realmente é muito bom. Os garçons são engraçados e atendem fazendo piada o tempo todo. Bem, vamos ao barreado então!!! É um prato típico de Morretes e todos os restaurantes servem este prato que pode ser acompanhado de frutos do mar se o cliente quiser. Eu pedi o barreado tradicional que é servido acompanhado de banana, laranja, salada de maionese, salada verde e arroz. O barreado é um prato a base de carne que é cozinha por 4 horas até, praticamente, desmanchar (veja a foto com a receita). 
   Quando o prato é servido, o garçom faz o "preparo" do seu prato. Ele faz uma mistura do barreado com farinha, até formar um pirão. Aí o garçom vira o prato sobre a sua cabeça pra mostrar que quando o barreado fica assim, sem descolar do prato, está pronto! hahaha Aí você serve mais uma concha de barreado, pica banana por cima e se delicia com os acompanhamentos que mais lhe agradar. Eu gostei muito! Comi até quase sair rolando do restaurante!!! Eu recomendo o prato e recomendo o restaurante. Realmente fui muito bem atendida. A conta fechou em R$ 48,00 (barreado tradicional, um suco e a taxa de serviço). Um agradecimento especial ao Alcione (meu garçom), ao seu Banana (que faz um show a parte com suas bananas flambadas) e à menina da recepção que foi muito atenciosa.



     Depois de toda essa orgia gastronômica, segui para a ferroviária para pegar o trem. Os vagões são confortáveis e é servido um lanchinho. Durante toda a viagem o guia conta a história da estrada de ferro que foi inaugurada em 1885, pela Princesa Isabel. É uma das maiores obras de engenharia ferroviária do mundo. Em seu trajeto para vencer a Serra do Mar e chegar ao planalto serpenteia abismos e penhascos inimagináveis. A ferrovia foi concluída por Teixeira Soares, jovem engenheiro brasileiro, com apenas 33 anos de idade, depois que seu construtor desistiu da obra no Km 45, julgando-a impossível de ser construída.                                                                                                                                               


    Infelizmente, por causa do tempo nublado, a paisagem ficou prejudicada. A viagem é realmente muito bonita, mas em vários trechos não foi possível visualizar muita coisa por causa do nevoeiro. 
        A viagem durou 4 horas porque o trecho da volta é em aclive e em vários momentos o trem precisa parar na via para dar passagem aos trens de carga.
     Gostei da viagem, mas com pouca visibilidade ela se torna cansativa. Eu aconselho a fazer este passeio de trem somente em dias de tempo ensolarado. Porém, não deixe de ir a Morretes! Aconselho a fazer a ida e volta de ônibus caso o tempo não esteja bom. É mais barato e mais rápido também.

         Por fim, este foi um passeio de apenas um dia, bate-volta. Se você tiver mais tempo, vale à pena esticar um pouquinho e conhecer Antonina, que é uma cidade histórica e Paranaguá, onde você pode fazer a travessia para a linda Ilha do Mel. Fica a dica para quem tiver mais tempo disponível.







OBS: Juuuuuu!!! Queridona!!! Obrigada pelo convite, obrigada pela hospitalidade, obrigada por ter cuidado de mim, obrigada por me receber na tua casa e parabéns pela formatura e pela festa maravilhosa!





Nenhum comentário:

Postar um comentário